Estilos de processamento emocional e psicopatia em mulheres reclusas
Lomba, Inês Cavalheiro Pereira
Thesis
Dissertação de mestrado em Psicologia da Justiça
A investigação sobre a psicopatia em mulheres tem vindo a aumentar, no entanto, são escassos os
estudos sobre o processamento emocional em amostras forenses de mulheres com traços de psicopatia,
principalmente em Portugal. O objetivo deste estudo é caracterizar o processamento emocional em
mulheres em reclusão com e sem propensão psicopática e comparar o processamento emocional em
ambos os grupos. A amostra foi constituída por 113 mulheres em situação de reclusão em Portugal,
com idades compreendidas entre os 20 e 81 anos, sendo a média de 42.75 anos (DP=11.16). Estas
foram avaliadas através da Escala de Autorrelato da Psicopatia – Forma Breve (SRP-SF) e da Escala de
Processamento Emocional (EPS-25). Os resultados mostraram que mulheres em situação de reclusão e
mulheres com propensão psicopática apresentaram dificuldades em suprimir emoções e uma maior
aptidão (ainda que menor que a população normativa) para controlar as mesmas e que mulheres sem
propensão psicopática evidenciam maiores dificuldades em processar sinais emocionais e maiores
facilidades no controlo emocional (ainda assim menor do que a população normativa). Não foram
encontradas diferenças significativas entre mulheres com e sem propensão psicopática ao nível do
processamento emocional. Este estudo destaca a necessidade de desenvolvimento de políticas
específicas para mulheres reclusas.
The investigation about psychopathy in women as been increasing, however there are very few studies
about emotional processing with forensic samples from women with psychopathic traits, mainly in
Portugal. The purpose of this study is to characterize the emotional processing of incarcerated women
with and without psychopathic propensities and comparing the emotional processing of both groups. The
sample consisted of 113 incarcerated women in Portugal, with ages between 20 and 81 years old, with
an average of 42.75 years (SD=11.16). The women from the sample were evaluated by the Self-Report
Psychopathy Scale-Short form(SRP-SF) and by the Emotional Processing Scale (EPS-25). The results
showed that women in prison and women with psychopathic propensities showed more difficulties
suppressing emotions and a greater (although lower than in the normative population) ability to control
them and the women without psychopathic propensities show greater difficulties processing emotional
signals and greater ease to control emotions (but still lower than the normative population). No significant
differences were found between women with and without psychopathic propensity at the level of emotional
processing. This study highlights the need to development specific policies for incarcerated women.