Skip to main content

Prevalência e tipologias de violência obstétrica: análise comparativa entre Portugal e Cabo Verde antes e durante a pandemia Covid-19

Prevalência e tipologias de violência obstétrica: análise comparativa entre Portugal e Cabo Verde antes e durante a pandemia Covid-19

Silva, Maria Teixeira

| 2024 | URI

Thesis

Dissertação de mestrado em Psicologia da Justiça
A violência obstétrica é definida como a apropriação do corpo da mulher e dos processos
reprodutivos pelos profissionais de saúde. O estatuto de imigrante é um dos fatores de vulnerabilidade,
bem como situações de crise, como a Pandemia de Covid-19. Este estudo pretende realizar uma análise
comparativa entre Portugal e Cabo Verde no que concerne à prevalência de violência obstétrica, às
formas mais comuns de violência experienciada, nomeadamente em função do estatuto imigrante, ao
impacto da pandemia Covid-19. Os instrumentos utilizados foram o Índice de Experiências de Maus tratos contra Pessoas Grávidas pelos Profissionais de Saúde e a Escala de Violência Obstétrica. A amostra
do estudo é constituída por 346 mulheres de Portugal (n = 110, 31.8%) e Cabo Verde (n = 236, 68.2%),
com idade média de 32.33 (DP = 7.23) anos.. A recolha de dados foi realizada com um questionário em
formato online. Os resultados revelaram uma prevalência de violência obstétrica de 65.3% no geral, com
mais mulheres a residir em Portugal a revelar ter experienciado violência obstétrica (74.5%),
comparativamente com as mulheres a residir em Cabo Verde (61.0%). Mulheres nativas e imigrantes não
se diferenciam quanto à experiência de violência obstétrica, nem quanto ao período de ocorrência da
gravidez (antes e durante a pandemia Covid-19). Estes resultados evidenciam a necessidade de formação
dos profissionais de saúde, com programas específicos para a prática de um parto humanizado, a revisão
das políticas de saúde dos países, a criação de grupos de apoio ao imigrante e a realização de mais
estudos para complementar os estudos anteriores.
Obstetric violence is defined as the appropriation of women's bodies and reproductive processes by
healthcare professionals. Immigrant status is one of the vulnerability factors, as well as crisis situations,
such as the Covid-19 Pandemic. This study aims to conduct a comparative analysis between Portugal
and Cape Verde regarding the prevalence of obstetric violence, the most common forms of violence
experienced, particularly in relation to immigrant status, and the impact of the Covid-19 pandemic. The
instruments used were the Index of Mistreatment Experiences of Pregnant Women by Health
Professionals and the Obstetric Violence Scale. The study sample consists of 346 women from Portugal
(n = 110, 31.8%) and Cape Verde (n = 236, 68.2%), with an average age of 32.33 years (SD = 7.23).
Data collection was conducted using an online questionnaire. The results revealed a prevalence of
obstetric violence of 65.3% overall, with more women residing in Portugal reporting having experienced
obstetric violence (74.5%) compared to women residing in Cape Verde (61.0%). Native and immigrant
women did not differ in terms of their experience of obstetric violence, nor in the period of occurrence of
pregnancy (before and during the Covid-19 pandemic). These results highlight the need for training
healthcare professionals, with specific programs for the practice of humanized childbirth, the review of
health policies in the countries, the creation of support groups for immigrants, and the conduction of
more studies to complement previous research.

Publicação

Ano de Publicação: 2024

Identificadores

ISSN: 203698320