Autoeficácia e vulnerabilidade ao no tratatamento de toxicodependentes em reclusão e em liberdade
Gonçalves, Cristiana Dionísia da Silva
Miscellaneous
Existem atualmente diversos programas de reabilitação para indivíduos dependentes de drogas.
No entanto, a sua eficácia ainda é discutida, uma vez que a taxa de recaída após frequentar um programa
de reabilitação continua a ser muito elevada. Vários estudos têm apontado a baixa autoeficácia e a alta
vulnerabilidade ao stress como pontos chave para este efeito. Deste modo, revela-se importante perceber
as competências do indivíduo a este nível e se necessário trabalhá-las de forma mais afincada nos
programas de reabilitação. Neste estudo foram avaliadas a autoeficácia e a vulnerabilidade ao stress em
indivíduos que frequentavam programas de reabilitação, 22 em Estabelecimentos Prisionais e 28 em
liberdade. Os dados foram recolhidos através do uso do Questionário de Vulnerabilidade ao Stress, da
Escala de Avaliação de Autoeficácia Geral e do Inventário de Sintomas Psicopatológicos. Os resultados
revelaram que indivíduos em liberdade apresentam maiores défices nas variáveis estudadas em
comparação com os indivíduos em reclusão e, ainda, que quanto mais tempo os indivíduos frequentam
um programa de reabilitação maior a sua autoeficácia e menor a sua vulnerabilidade ao stress. Esta
investigação poderá trazer importantes avanços na literatura existente e oferecer indicações significativas
ao desenvolvimento dos programas de reabilitação, a fim de potencializar a lucratividade dos seus
trabalhos.
There is currently a variety of rehabilitation programs for drug dependent individuals. However,
their effectiveness is often discussed as the rate of relapse after attending a rehabilitation programme
remains very high. Several studies have identified low self-efficacy and high vulnerability to stress as key
points for this effect. It is therefore important to understand the individual's skills at this level and, if
necessary, to work them more intensively in rehabilitation programmes. In this study, self-efficacy and
vulnerability to stress were assessed in 50 individuals who attended rehabilitation programmes, 22 in
Prisons and 28 in the community. The data collection was obtained using the Stress Vulnerability
Questionnaire, the General Self-efficacy Assessment Scale and the Brief Symptom Inventory. The results
revealed that individuals in the community have greater deficits in stress vulnerability and self-efficacy
and more psychopathology symptoms compared to prisoners and, furthermore, that the longer the
individuals attend a rehabilitation program the greater their self-efficacy and the lower their vulnerability
to stress appear. This research could bring important highlights in the current literature and offer
significant indications for the development of well succeed rehabilitation programmes.