Atitudes dos psicólogos portugueses face à Prática Baseada em Evidência (PBE) no contexto das perturbações alimentares e emocionais
Antunes, Inês Carolina Ferreira Fernandes
Tese
Dissertação de mestrado integrado em Psicologia
Introdução: Estudos relativos à prática baseada em evidência (PBE) em Portugal são relativamente
escassos. No contexto da psicologia o cenário não fica mais favorável, principalmente se falarmos no
âmbito das perturbações alimentares. Tentar perceber as atitudes face à PBE é extremamente
importante pois isso irá predizer se há maior ou menor probabilidade de implementação de novos
tratamentos testados cientificamente, dependendo de diferentes fatores associados. Posto isto, os
objetivos de estudo seriam perceber se existe diferença em relação a essas mesmas atitudes em função
de algumas variáveis sociodemográficas como o sexo, a idade, e a experiência clinica, e também, testar
a existência de possíveis diferenças entre grupos em função da área das perturbações alimentares, do
modelo teórico base, e da perceção, por parte do psicólogo/a, do tipo de liderança da organização de
saúde onde se insere.
Métodos: Para a realização do estudo foi utilizada uma amostra total de 59 membros efetivos da ordem
dos psicólogos portugueses (OPP). A tarefa inerente a este estudo foi preencher um questionário online
no Google Forms, onde o participante teria de confirmar a sua participação no mesmo, após a leitura do
Consentimento Informado, e de seguida preencher um questionário sociodemográfico mais a Escala de
Atitudes face à Prática Baseada em Evidência de 36 itens (EAPBE-36).
Resultados: A atitude dos psicólogos portugueses face à PBE, no geral, demonstrou ser positiva. No
entanto, as diferenças foram mais significativas em relação à pontuação total das diferentes subescalas
da EAPBE-36. Os resultados mostram diferenças entre psicólogos que utilizam o modelo cognitivo
comportamental na sua prática, pequenas diferenças entre as diferentes idades, e ser psicólogo no
contexto das perturbações alimentares. Em contraste, não foram encontradas diferenças significativas
em função do sexo, experiência clínica, e o tipo de liderança de uma organização de saúde.
Conclusão: Apesar dos resultados mistos, este estudo permitiu identificar pequenos fatores que podem
constituir-se como barreiras, ou potenciadores, no que toca à implementação da PBE.
Introduction: Studies on evidence-based practice (EBP) in Portugal are relatively scarce. In the context of
psychology, the scenario is not more favorable, especially if we talk about eating disorders. Trying to
understand attitudes towards EBP is extremely important as this will predict whether there is a greater or
lesser probability of implementing new scientifically tested treatments, depending on different associated
factors. That said, the objectives of the study would be to understand if there is a difference in relation to
these same attitudes according to some demographic variables such as sex, age, and clinical experience,
and also, to test the existence of possible differences between groups depending on the area. of eating
disorders, the basic theoretical model, and the psychologist's perception of the type of leadership of the
health organization in which he works.
Methods: A total sample of 59 permanent members of the Portuguese psychologists' association (OPP)
was used to carry out the study. The task inherent to this study was to fill out an online questionnaire on
Google Forms, where the participant would have to confirm their participation in it, after reading the
Informed Consent, and then fill out a sociodemographic questionnaire plus the Scale of Attitudes towards
Practice Based in Evidence of 36 items (EAPBE-36).
Results: The attitude of Portuguese psychologists towards EBP, in general, proved to be positive. However,
the differences were more significant in relation to the total score of the different subscales of the EAPBE 36. The results show differences between psychologists who use the cognitive behavioral model in their
practice, small differences between different ages, and being a psychologist in the context of eating
disorders. In contrast, no significant differences were found by gender, clinical experience, and the type
of leadership in a healthcare organization.
Conclusion: Despite the mixed results, this study allowed us to identify small factors that can constitute
barriers, or in turn, enhancers, with regard to the implementation of EBP.