Memórias falsas e suas implicações na intervenção social
Pimentel, Eduarda
; Albuquerque, Pedro BarbasArtigo de Jornal
As memórias falsas dizem respeito à recordação alterada de acontecimentos reais ou à recuperação de acontecimentos que nunca ocorreram. Apesar do estudo das memórias falsas ter sido iniciado em 1932 por Bartlett, só recentemente recebeu impulso e visibilidade pela comunidade científica, traduzidos na variedade de paradigmas experimentais que exploraram esta importante dimensão da memória humana. Esse interesse deveu-se, em parte, à recuperação e desenvolvimento, por Roediger e McDermott, em 1995, de um procedimento laboratorial utilizado por Deese (1959) com listas de palavras associadas a um item extra-lista. Actualmente, as memórias falsas constituem um importante tópico de investigação na área da memória humana que levanta importantes implicações ao nível psicossocial. O presente artigo visa reflectir sobre essas implicações, assinalar os factores que promovem a distorção mnésica e dar a conhecer alguns estudos realizados com base no paradigma Deese-Roediger- McDermott que tem sido amplamente explorado na investigação das ilusões de memória.