Passar para o conteúdo principal

Dependência funcional, morbilidade psicológica, sintomatologia traumática, coping e satisfação com a vida em amputados do membro inferior

Dependência funcional, morbilidade psicológica, sintomatologia traumática, coping e satisfação com a vida em amputados do membro inferior

Ramos, Cristiana Sofia Mendes

| 2012 | URI

Tese

Dissertação de mestrado integrado em Psicologia (área de especialização de Psicologia da Saúde)
Este estudo teve como finalidade estudar a morbilidade psicológica, a sintomatologia traumática,
a dependência funcional, o coping e a satisfação com a vida em pacientes amputados de um membro
inferior.
A amostra do estudo foi constituída por 52 pacientes com amputação do membro inferior. 78.8%
dos pacientes do estudo eram do sexo masculino. A média de idades foi 63 anos (DP= 16.8).
Os instrumentos utilizados foram: Questionário Sociodemográfico; Índice de Barthel (IB),
Versão Portuguesa de Sequeira (2007); Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), Versão
Portuguesa de McIntyre, Pereira, Soares, Gouveia e Silva (1999); Revised Impact of Events Scale
(IES-R), Versão Portuguesa de Pereira e Figueiredo (2008); Brief COPE Scale, Versão Portuguesa de
Ribeiro e Rodrigues (2003); Satisfaction With Life Scale (SWLS), Versão Portuguesa de Portuguesa
de Netos, Barros e Barros (1990).
Os resultados obtidos no presente estudo revelaram que os pacientes com mais satisfação com a
vida apresentavam menor dependência funcional, menor morbilidade psicológica e, em termos de
estratégias de coping, maior utilização da aceitação, reinterpretação positiva e coping ativo e menor
uso da negação. Verificou-se que os pacientes com amputação abaixo do joelho apresentavam mais
satisfação com a vida e os pacientes amputados acima do joelho apresentavam mais morbilidade
psicológica. Também se constatou que os pacientes amputados com capacidade para marcha
evidenciaram menor dependência funcional e, em termos de coping, maior uso da aceitação em
comparação com os pacientes sem capacidade para marcha. Pacientes amputados que usam uma
prótese apresentaram menor dependência funcional e maior uso de estratégias de coping de aceitação,
humor, coping ativo e de planear. Ao nível das causas da amputação, verificou-se que os pacientes
amputados devido a causas traumáticas apresentavam menor dependência e maior uso da autodistração
como estratégia de coping. Relativamente à dor, constatou-se que os pacientes com dor utilizavam
mais estratégias de coping passivas, como o uso da autodistração e uso de substâncias em comparação
com os pacientes sem dor.
Os resultados do presente estudo enfatizam a importância da intervenção psicológica na
reabilitação do paciente com amputação do membro inferior no sentido de promoverem estratégias de
coping mais adaptativas e diminuição da morbilidade psicológica, de forma a aumentar o ajustamento
psicológico à amputação.
The aim of this article was to study psychological morbidity, traumatic symptoms, functional
dependence, coping and life satisfaction in lower limb amputees.
The study sample consisted of 52 patients with lower limb amputation. 78.8% of study patients
were male. The mean age was 63 (SD=16.8).
The instruments used were: Sociodemographic Questionnaire, Barthel Index (BI) Portuguese
Version of Sequeira (2007); Hospital Anxiety and Depression Scale (HADS), Portuguese Version of
McIntyre, Pereira, Soares, Gouveia and Silva (1999); Revised Impact of Events Scale (IES-R),
Portuguese Version of Pereira and Figueiredo (2008); Brief COPE Scale, Portuguese Version of
Ribeiro and Rodrigues (2003); Satisfaction With Life Scale (SWLS), Portuguese Version of Netos,
Barros and Barros (1990).
The results showed that patients with lower limb amputation with more life satisfaction had a
lower functional dependence, psychological morbidity and, in terms of coping, an increased use of
acceptance, positive reinterpretation, and active coping as well as less use of denial. It was found that
patients with amputation below the knee reported more life satisfaction and above-knee amputees had
more psychological morbidity. It was also found that amputees who maintained the ability to walk
showed less functional dependence, and in terms of coping, a greater use of acceptance compared with
patients unable to walk. Also, amputees with a prosthesis showed less functional dependence and
greater use of coping strategies such as acceptance, humor, active coping and planning. In terms of the
causes of amputation, amputees due to traumatic causes were less dependent and showed a greater use
of self-distraction as a coping strategy. Also, patients with pain used passive coping strategies, such as
the use of self-distraction and substance use compared to pain free patients.
The results of this study emphasize the importance of psychological intervention in the
rehabilitation of patients with lower limb amputation, that promote more adaptive coping strategies
and decreased psychological morbidity in order to increase psychological adjustment to amputation.

Publicação

Ano de Publicação: 2012