Integração académica de estudantes universitários : contributos para a adaptação e validação do QVA-r no Brasil
Granado, José Inácio F.
;Santos, Acácia Aparecida A.
;Almeida, Leandro S.
; Soares, Ana Paula;Guisande, M. Adelina
Journal Article
O presente estudo teve como objectivo contribuir para a validação do Questionário de Vivências Académicas, na sua versão reduzida (QVA-r; Almeida, Ferreira, & Soares, 1999) para a realidade brasileira. Trata-se de um instrumento construído em Portugal como parte de um projecto de investigação que procurava inventariar algumas características e vivências de estudantes do primeiro ano no seu processo de integração na Universidade, e já alvo de uma adaptação prévia à população de estudantes universitários brasileiros por Villar e Santos (2001) mas na sua versão integral (QVA; Almeida & Ferreira, 1999). O questionário foi aplicado a uma amostra de 626 estudantes de duas universidades brasileiras, uma particular e outra pública. Os estudos de validade e fidelidade conduzidos permitiram verificar que apesar de seis itens terem sido eliminados e três se terem associado a outra dimensão originalmente não prevista, a versão obtida, constituída por 54 itens, apresenta resultados de validade e fidelidade satisfatórios. Adicionalmente, os estudos diferenciais conduzidos tomando o rendimento académico dos alunos e o seu género permitem-nos concluir que as classificações obtidas no final do 1º semestre se associam a percepções mais positivas de integração académica (excepto no que se refere à dimensão interpessoal), e que os estudantes do género feminino apresentam resultados mais favoráveis (excepto no que se refere à dimensão pessoal), embora estes só assumam significado estatístico no que se refere às dimensões carreira, interpessoal e estudo do QVA-r, assim como na nota global de integração académica considerada. Sugere-se que novos estudos sejam feitos para uma melhor compreensão dos aspectos psicológicos envolvidos na entrada dos estudantes no Ensino Superior e que contribuam, de uma forma efectiva, para a definição de políticas públicas promotoras de um ensino de qualidade.