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O impacto do stress precoce nas vias do comportamento social: relação entre a oxitocina e corticosteroides (PTDC/PSI-PCO/116612/2010)

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Neste projeto, pretendemos avaliar o impacto a longo prazo da separação maternal (SM) no comportamento de reconhecimento social, explorando a interação entre a corticosterona, o principal produto do eixo HPA, e a oxitocina (OT). Este evento adverso precoce será induzido durante duas "janelas de desenvolvimento" distintas para avaliar os períodos vulneráveis aos efeitos programadores da SM sobre a capacidade de reconhecimento social.

A oxitocina é um neuropéptido crucial associado a vários comportamentos sociais, incluindo agressão, afiliação, comportamentos sexuais e cognição social, tanto em humanos quanto em animais. A eficácia da OT é mediada pelo seu receptor, amplamente distribuído no cérebro, cuja expressão muda ao longo do desenvolvimento, indicando um possível papel na maturação do comportamento social. Estes dados, juntamente com a alta prevalência do receptor de OT em regiões do cérebro sensíveis ao estresse, sugerem o sistema oxitocinérgico como uma via sensível aos efeitos do estresse precoce, particularmente do eixo HPA. Esta relação bidirecional entre o eixo HPA e a oxitocina tem sido amplamente demonstrada, revelando ações opostas de ambos os sistemas.

A adversidade nos primeiros anos de vida tem um impacto crítico no desenvolvimento e consequências a longo prazo para várias doenças, especialmente a psicopatologia. Modelos animais de ruptura da relação materno-infantil têm mostrado ter um impacto negativo, levando a diversas sequelas comportamentais imediatas e de longo prazo. Apesar de explorar distintos domínios comportamentais e neuroendócrinos para avaliar o impacto do stress precoce, as consequências sobre o comportamento social do adulto e o sistema oxitocinérgico têm sido subestimadas. Estudos com animais de modelos de cuidados maternos inadequados mostraram alterações no comportamento agressivo, enquanto outros relataram resultados inconclusivos em testes de reconhecimento social após SM. Embora esses estudos destaquem a relação entre experiências adversas e comportamento social, não demonstram os mecanismos moleculares e neurais subjacentes a essa associação.

Esta proposta visa compreender o papel do estresse precoce na maturação das competências de reconhecimento social e preencher lacunas existentes na literatura entre os fenótipos comportamentais sociais e os correlatos neurais do sistema oxitocinérgico.

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