Fatores associados ao risco de fala tardia: influência do sexo, posição na fratria, escolaridade materna e tempo de creche em crianças portuguesas de 24 meses
Ribeiro, Beatriz Ferrari
Tese
Dissertação de mestrado em Psicologia da Educação
Esta pesquisa, intitulada “Fatores associados ao risco de fala tardia: influência do sexo, posição na
fratria, escolaridade materna e tempo de creche em crianças portuguesas de 24 meses”, teve como
objetivo primário investigar a possível associação entre diversos fatores e o risco de desenvolvimento
da fala tardia em crianças portuguesas de 24 meses de idade. Os elementos analisados incluíram
sexo, posição na fratria, nível educacional da mãe e tempo de frequência em creche. Partiu-se da
hipótese de que crianças do sexo masculino, não primogénitas, com mães com menor nível de
escolaridade e menor tempo de frequência em creche possam apresentar um risco mais elevado de
desenvolvimento tardio da linguagem. Os dados foram obtidos de um estudo amplo sobre a aquisição
da linguagem em português europeu. Dos 70 participantes analisados, 31 foram identificados como
falantes tardios e 39 como desenvolvimento típico. Os resultados revelam que o sexo e escolaridade
materna são preditores significativos para a fala tardia, com meninos apresentando maior risco. A
escolaridade materna significativamente, reduzindo o risco em 54% a cada aumento na categoria. O
tempo de creche também é relevante, com cada mês adicional reduzindo o risco em cerca de 10%. Os
resultados desta pesquisa não identificaram a primogenitura como um preditor estatisticamente
significativo para o desenvolvimento tardio da fala. Esses achados têm implicações importantes para
intervenções precoces na linguagem infantil.
This research, entitled “Factors associated with the risk of late talk: influence of gender, birth
order, maternal education, and time spent in daycare among 24-month-old Portuguese
children", aimed primarily to investigate the potential association between various factors and
the risk of late speech development in 24-month-old Portuguese children. The analyzed
elements included gender, birth order, mother's educational level, and time spent in daycare.
The hypothesis was that male children, non-firstborns, with mothers with lower educational
levels, and less time spent in daycare may have a higher risk of late language development.
The data were obtained from a comprehensive study on language acquisition in European
Portuguese. Out of the 70 participants analyzed, 31 were identified as late talkers and 39 as
typically developing. The results reveal that gender and maternal education are significant
predictors for late speech, with boys being at higher risk. Maternal education significantly
reduces the risk by 54% for each increase in category. Daycare attendance is also relevant,
with each additional month reducing the risk by about 10%. The findings of this research did
not identify birth order as a statistically significant predictor for late speech development.
These findings have important implications for early interventions in child language.